quarta-feira, 29 de julho de 2009

Rodrigo, quero ir embora desse lugar!

Costumo ouvir sempre isso do meu irmão mais novo, frase essa que se encaixa dentro de uma realidade que realmente e inegavelmente costuma frustar muitos se não a maioria dos nossos jovens. Vejamos:
Quando criança sonhava demais em montar robôs, pensava em projetos de máquinas que eu sabia ( ou julgava saber ) que ajudariam ou até mesmo mudariam o cotidiano de várias familias brasileiras para melhor. ( Cheguei até a fazer, aos 12 anos um projeto de enceradeira automática, que ao encontrar obstáculos logo mudava de direção, cobrindo assim todo uma área com extensão qualquer desde que pudesse ser medida em poucos metros quadrados ). Desta forma durante a minha infância e boa parte da minha cruel adolescência sempre soube que tinha um potencial para grande realizações, para grandes transformações, e assim cresci sempre na esperança dessa luz se postar à minha frente fazendo aflorar toda minha capacidade intelectual e criativa.
Mas, qual não foi minha surpresa quando durante o passar dos anos, sendo podado por pais que nem ligavam pra tais talentos,e principalmente por uma realidade adversa que me castrou intelectualmente aos poucos, tomei um rumo totalmente diferente daquele traçado pelo inocente Rodrigo - Criança Sonhadora! Sem perceber escondi ou mesmo perdi aquela criança, e me tornei um adulto totalmente limitado - PRESTE BEM ATENÇÃO NESTA PALAVRA - Limitado à uma realidade que nos impele as opções do Direito, da Saúde, das Exatas e das Humanas. Sempre pensei é só isso? La no meu incosnciente tinha e ainda hoje existe uma voz gritando: QUE MERDA DE LUGAR É ESSE RODRIGO? CARA E OS TEUS SONHOS DESISTIU MESMO? COMO É QUE É? TU VAI SER O QUE? PROFESSOR? PROFEEEESSOOOOOOOORRRRRRR PORRAAAAAAAAAAA!!!!!!! TU É FOOOOOOOOOODDDDAAAAAAAAA!!!!!!!
Pois longe de não reconhecer as graças a beneficios da minha profissão, a qual sou grato por tudo o que possuí e possuo até agora, mas sou forçado a concordar com meu insconsciente e hoje consigo ouví - lo e entendê - lo bem. Ele não tem nada contra os professores ele até gosta, ele detesta e não aceita o fato de talvez o mundo ter perdido um pretenso professor Pardal, cientista maluco ou coisa do tipo.
Aposto que vc não entendeu, pois leia o titulo deste texto, esta frase de autoria de meu irmão reflete no que me transformei: Alguém que por não poder ir embora, que infelizmente por amar esta terra e por nela acreditar, que com o passar do tempo se tornar limitado à pequena gama de opções que ela oferece, tomou um rumo totalmente diferente do que aquela criança queria.
Hoje olho pras fotos e fico pensando o que ela sente talvez em uma outra dimensão ela tenha chegado onde realmente queria, hoje estou onde devo estar, mas será que estamos todos onde devemos?
Num Estado onde 75% de tudo depende da própria máquina do Estado, onde o comércio so funciona realmente no final do mês, o único estado NORDESTINO que não possui um porto - VERGONHOSO - Um lugar onde pior do que nos outros os politicos so pensam no seu proprio bucho, digo bucho por que nossa terra la fora é conhecida como terra do bode, e somos chamados de bodes também, o estado menos industrializado do nordeste, e onde ao mesmo tempo temos: água abundante, niquel, ferro, opala, talvez até petróleo, um povo trabalhador. É paradoxal!!!!!!!
Agora você entende por que perdi aquela criança, ao certo lendo este texto você comece a tar as mesmas sensações - e talvez lembre de ja ter dito a frase: EU QUERO IR EMBORA DESSE LUGAR!
Mas eu te digo; Não vá, não se conforme! Me ajude a lutar por ele!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Razão

A cada dia que se passa me questiono mais e mais sobre o nosso papel aqui. De fato procuro ser como os outros e tento me encaixar dentro de regras que se encontram pré estabelecidas pelo nosso contexto de vida e que nos prendem a modelos dificeis de serem quebrados. Estude! Cresça! Trabalhe! Produza! Construa uma família! Deixe seu legado para alguém! E morra!
Mas será que é só isso mesmo? E o que está nas entre linhas, e tudo o que passamos para se chegar até aí? Ninguém diz nada? Quanto mais tento me encaixar mais vislumbro algo de errado, e não se trata aqui de uma porralouquice, filosofia barata, ou envolvimento com drogas! São fatos reais, estão a nossa frente bem aos nossos olhos e o véu da ignorância não nos permite ver.
Nos acostumamos à hipocrisia, a sermos mentirosos, nossas relações estão cada vez mais baseadas no que temos ou no que demonstramos ter: É Rodrigo, agente só vale o que tem! Já diz um grande amigo. O sexo, fora de ser aquela coisa maravilhosa experiência de conhecimento, está totalmente banalizado, como diz outro grande filósofo amigo meu( Duas Pérolas!): Meu filho largue o pau!!!!!!!, Hora se agente quer comer, e se elas querem dar , da certimmm!!!!!! Pois é, temos que conhecer bem pra poder casar, mas ao contrário do que pensamos, estamos vendo fundo demais e cedo demais, se existe alguém ai romântico ou idiota o suficiente pra concordar comigo, que se se manifeste, mas porra, o encanto era!
Juventude idiota, adultos conformados, o Brasil crescendo ( Não sei pra onde diabos!) e estamos ai na luta. Há uns dias atrás ao assistir uma reportagem em determinado programa de tv, ouvi de um traficante que não era mais interessante vender drogas aqui em nossa cidade, por que a "concorrência era muito pesada". Caraca!!! Concorrência pesada de crack aqui na nossa aparentemente pacata Te resina, terra de povo hospitaleiro ( E drogado ). E ainda tem mais o tal de aquecimento global, que arrebenta ainda mais connosco povo do Equador. Não polua, dê carona, economize água, não jogue lixo nas ruas, compre carro menos poluentes, não fazemos porra nenhuma, nossa visão limitada e falta de caridade com as futuras gerações ao certo vão gerar um futuro negro aos nossos decedentes! É....ou você se adapta ou o mundo te engole! Será que não engoliu a todos?
Mas não quero aqui adentrar no grupo dos pessimistas, dizer que o mundo é uma merda, e que nada vale o esforço de crescer! Vale sim! É exatamente destas situações tão adversas que devemos perceber o que de fato está errado, e tentar restaurar um mínimo de dignidade que ainda existe em nós. As perguntas são: É possível? É preciso? A resposta é: Leia o inicio do texto e tente se encaixar nas regras que citei principalmente naquela que versa sobre os legados que deixaremos. Que legados são esses mesmo?